9 de junho de 2007

Será que Freud explica?



Para entendermos a respeito de Freud, vou colocar um pouco de sua biografia, para que possamos fazer uma ligação com as teorias de Freud com o Surrealismo!
Freud foi o criador da psicanálise nasceu em 06/05/1856 em Freiberg, atual Pribor (República Checa), e faleceu em 23/09/1939, Londres.

Freud era aluno da faculdade de medicina da universidade de Viena, onde passava maior parte de seu tempo nos laboratórios de neurofisiologia, realizando suas pesquisas.
Ao se formar, trabalhou no Hospital Geral de Viena com o neurologista francês Jean-Martin Charcot, que mostrou o uso da hipnose para ele. Em 1895 em parceria com Joseph Breuer publicou o “Estudo sobre Histeria”, descrevia a teoria de que emoções reprimidas levam aos sintomas da histeria, e que poderiam desaparecer se os pacientes pudessem se expressar. Desenvolveu então uma técnica, que os pacientes são convidados a falar o que lhe vem à mente revelando memórias reprimidas.
Já em 1899, publicou “A interpretação dos sonhos” onde afirmava que os sonhos são “a entrada mestra para o inconsciente”, um mundo que oculta o interior de cada um, comandando seu comportamento.
Podemos parar por aqui na biografia de Freud, já que checamos no ponto de ligação com o Surrealismo, uma de suas definições é a seguinte:


“Surrealismo: Puro automatismo psíquico, através do qual se pretende expressar, verbalmente ou por escrito, o verdadeiro funcionamento do pensamento. O pensamento ditado na ausência de todo o controle exercido pela razão, e à margem de qualquer preocupação estética ou moral.”


Freud foi com certeza a origem do interesse dos artistas sobre o automatismo, sobre as interpretações dos sonhos e de expressa-los, que no surrealismo era totalmente liberto por meio da pintura e escrita, eram fascinados por temas e sentimentos, liberavam a criatividade do inconsciente. André Breton que foi um dos principais fundadores da teoria do Surrealismo afirmou que sua meta era “solucionar as contradições existentes entre sonho e realidade, transformando-as em realidade absoluta, uma super-realidade”.


Tudo isso fica extremamente marcado principalmente nas obras de Salvador Dalí, que em suas obras tentava ilustrar seus sonhos e seus medos.
“O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões fundamentais da vida?”
(fragmento do Manifesto do Surrealismo de André Breton, francês que lançou o movimento).


Será que hoje alguém tem a coragem de expressar seus sonhos ou até mesmo suas idéias de forma tão Surrealista? Será que nesta sociedade que vivemos atualmente temos espaço para isso? Acho que nem Freud tem resposta para isso, já que até hoje suas idéias causam polemicas!

Fonte de pesquisa:
"Conceito da arte moderna" - Nikos Stangos
Site Uol e Enciclopédia da Folha

4 de junho de 2007

Catarse: Purgação

ROMEU E JULIETA

OTELO, O MOURO DE VENEZA

MACBETH

HAMLET



"(...) Catarse que ao lento cair do pano, só nos deixa, como objeto de meditação e fruto amargo, uma interminável fila de interrogações."
(Augusto Meyer, A Chave e a Máscara - Pag.11)

2 de junho de 2007

Cartase: Purificação


Era por uma dessas tardes em que o azul do céu oriental é pálido e saudoso, em que o rumor do vento nas vergas é monótono e cadente, e o quebro da vaga na amurada do navio é queixoso e tétrico.
Das bandas do ocidente o sol se atufava nos mares “como um brigue em chamas...” e daquele vasto incêndio do crepúsculo alastrava-se a cabeça loura das ondas.
Além...os cerros de granito dessa formosa terra de Guanabara, vacilantes, a lutarem com a onda invasora de azul, que descia das alturas...recortavam-se indecisos na penumbra do horizonte.
Longe, inda mais longe...os cimos fantásticos da serra dos Órgãos embebiam-se na distância, sumiam-se, abismavam-se numa espécie de naufrágio celeste.
Só e triste, encostado à borda do navio, eu seguia com os olhos aquele esvaecimento indefinido e minha alma apegava-se à forma vacilante das montanhas derradeiras atalaias dos meus arraiais da mocidade.
É que lá, dessas terras do sul, para onde eu levara o fogo de todos os entusiasmos, o viço de todas as minha ilusões, os meus vinte anos de seiva e de mocidade, as minhas esperanças de glória e de futuro;...é que dessas terras do sul, onde eu penetrara “como o moço Rafael subindo as escadas do Vaticano”;...volvia agora silencioso e alquebrado...trazendo por única ambição a esperança de repouso em minha pátria.
Foi então que, em face dessas duas tristezas a noite que descia dos céus, a solidão que subia do oceano, recordei-me de vós, ó meus amigos!
E tive pena de lembrar que em breve nada restaria do peregrino na terra hospitaleira , onde vagara; nem sequer a lembrança desta alma, que convosco e por vós vivera e sentira, gemera e cantara....
Ó espíritos errantes sobre a terra! Ó velas enfunadas sobre os mares!...Vós bem sabeis quanto sois efêmeros...passageiros que vos absorveis no espaço escuro, ou no escuro esquecimento.
E quando comediantes do infinito vos obumbrais nos bastidores do abismo, o que resta vós?
Uma esteira de espumas...flores perdidas na vasta indiferença do oceano. Um punhado de versos...espumas flutuantes no dorso fero da vida!...
E o que são na verdade estes meus cantos?...
Como espumas, que nascem do mar e do céu, da vaga e do vento, eles são filhos da musa este sopro do alto; do coração este pélago da alma.
E como as espumas são, às vezes, a flora sombria da tempestade, eles por vezes rebentaram ao estalar fatídico do látego da desgraça.
E como também o aljofre dourado das espumas reflete as opalas rutilantes do arco-íris, eles por acaso refletiram o prisma fantástico da ventura ou do entusiasmo estes signos brilhantes da aliança de Deus com a juventude!
Mas, como as espumas flutuantes levam, boiando nas solidões marinhas, a lágrima saudosa do marujo...possam eles, ó meus amigos! efêmeros filhos de minh'alma levar uma lembrança de mim às vossas plagas!






Prólogo – Espumas Flutuantes
Castro Alves
S. Salvador, fevereiro de 1870

20 de maio de 2007


Conceito de Arte
Platão e Aristóteles

Para Platão a arte não é algo válido em alguns campos como a poesia, pois imita o sensivel, o real desviando o homem do caminho da verdade, pois a mímese, nome dado para esta "cópia" não é capaz de expressar a idéia original das coisas.

Com Aristóteles a arte passou a ter uma dimensão estética, capaz de fornecer possíveis interpretações do real. A partir daí, a mimese não torna o artista um mero plagiador da realidade, mas sim um criador que resgata o mundo nos mesmos moldes que ele produz, por intermédio do próprio mundo.


fontes: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno13-05.html
http://www.cronopios.com.br/site/ensaios.asp?id=1748